HPV: 5 mitos mais comuns sobre o vírus que afeta milhões de pessoas
Publicado em: 29/07/2024, 11:58
O HPV (Papilomavírus Humano) é uma das infecções sexualmente transmissíveis mais comuns, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. Compreender o vírus é essencial para uma prevenção eficaz, mas muitos ainda acreditam em mitos que distorcem a realidade.
Entender o HPV (papilomavírus humano) e lidar com o diagnóstico pode ser desafiador em meio a muita informação errada. Além disso, existem os preconceitos, pois muitas pessoas não sabem que o HPV afeta indivíduos independentemente de idade, sexo, gênero ou número de parceiros sexuais.
A prevenção, com a vacina, é frequentemente mal compreendida. Ainda mais com a recomendação de que a imunização seja feita em crianças e adolescentes, meninos e meninas de 9 a 14 anos.
Embora o HPV seja uma das infecções mais comuns, afetando milhões de pessoas globalmente, muitos ainda não compreendem a importância dos exames de rastreamento, que são tão fundamentais quanto a vacinação.
Mas, apesar da sua prevalência e importância, existem muitos conceitos errados sobre quem contrai o HPV, como o contrai e o que significa um diagnóstico. O vírus gera muitas dúvidas e, por isso, Rodrigo Faitta Chitolina, biólogo e Supervisor de Produtos do DB Molecular e DB Patologia, ajuda a esclarecer algumas delas.
Veja abaixo 5 mitos mais comuns sobre o HPV:
1 ‒ Somente mulheres contraem HPV
Isso é completamente falso. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos afirma que a maioria dos adultos sexualmente ativos terá pelo menos uma infecção por HPV ao longo da vida, independentemente do sexo e do gênero. O HPV é um vírus altamente transmissível, que pode ser passado por meio dos sexos vaginal, anal e oral, colocando todos em risco.
Além disso, existem muitos tipos de HPV, e qualquer pessoa pode ser afetada, independentemente de sua genitália. Tanto homens quanto mulheres podem desenvolver verrugas genitais e, em alguns casos, até cânceres relacionados ao HPV. Por isso, é essencial que todos estejam cientes desses riscos e tomem medidas preventivas adequadas.
2 ‒ Ter HPV significa que o paciente terá câncer
Ter HPV não significa que o paciente desenvolverá câncer. O HPV é um vírus com mais de 200 tipos, divididos em duas categorias relacionadas à capacidade de desenvolvimento de um quadro oncológico: genótipos de baixo risco e genótipos de alto risco.
Tipos de baixo risco raramente causam câncer, enquanto alguns tipos de alto risco estão associados a um maior potencial para o desenvolvimento da doença.
Embora a infecção por HPV de alto risco possa, em alguns casos, levar ao câncer, se não for identificada e tratada por um longo período, nem todas as infecções avançam para essa condição. A melhor maneira de evitar o desenvolvimento da infecção e a evolução para um câncer é garantir a imunização e a realização de exames preventivos.
3 ‒ Não é possível pegar HPV na menopausa
Embora o HPV seja mais comum em mulheres jovens, isso não significa que estarão livres do vírus durante ou após a menopausa. Pesquisas mostram que mulheres com cerca de cinquenta anos podem experimentar "reativações" de infecções anteriores por HPV.
Infecções adquiridas anos antes podem reaparecer em mulheres mais velhas. Como o HPV está associado ao câncer, é fundamental que as mulheres na menopausa fiquem atentas aos rastreios e monitorem os sintomas, assim como as demais mulheres incluídas nos grupos prioritários de rastreio.
4 ‒ Quem tomou a vacina do HPV não precisa fazer os exames preventivos
Mesmo com a vacinação contra o HPV, não é seguro pular os exames de prevenção e de rastreamento. A vacina é uma excelente ferramenta preventiva, mas não oferece proteção para infecções já existentes, e muitas pessoas podem estar infectadas sem saber. Portanto, continuar com os exames regulares é fundamental para monitorar a saúde e prevenir problemas futuros.
5 ‒ O único exame para rastreamento e prevenção do HPV é o Papanicolau
O rastreio e as ações de prevenção ao câncer de colo de útero têm sido realizados há anos por meio do Papanicolau, um exame geralmente realizado durante consultas de rotina com o ginecologista ou em laboratórios. No entanto, essa abordagem visa a identificação, o monitoramento e o acompanhamento de possíveis quadros de lesões pré-cancerosas ou cancerosas. Quando falamos em detecção, estamos focando realizar a detecção da infecção e não dos sintomas da doença.
Recentemente, o Ministério da Saúde lançou uma Portaria na qual o rastreio para câncer de colo de útero deve passar a ser realizado por meio de detecção molecular do HPV e não mais por meio do exame de Papanicolau. A ideia é realizar a detecção precoce do patógeno que pode levar ao aparecimento da doença.
O teste molecular baseado em PCR, similar aos exames de covid-19 ou da influenza, possibilita detectar o DNA do papilomavírus humano (HPV). Essa abordagem oferece resultados mais precisos e possibilita identificar o vírus antes que ele cause lesões, permitindo uma intervenção precoce e eficaz.
Apesar de a metodologia de PCR para HPV já existir no mercado, já está disponível um novo tipo de exame que pode ser feito pelo próprio paciente por meio da autocoleta.
Ao contrário dos métodos tradicionais que exigem a coleta feita por um profissional da Saúde, a autocoleta disponibilizada pelo DB Molecular e pelo DB Patologia possibilita que as mulheres e os homens transgêneros coletem suas próprias amostras em casa, utilizando um kit fornecido pelo laboratório.
Um dos grandes diferenciais dessa abordagem é que ela funciona por meio de um dispositivo que trabalha pela absorção/adsorção das células do canal vaginal, e não uma ação mecânica de raspagem do colo/cérvix. Após 10 minutos, o dispositivo é retirado e colocado em um pote selado, que deve ser mantido refrigerado (2 a 8 graus) até a entrega. Essa nova metodologia visa trazer mais empoderamento, conforto, comodidade e autocuidado para as pacientes, explica Rodrigo Chitolina.
“É importante ressaltar que a autocoleta não elimina a necessidade de buscar o acompanhamento médico ginecológico periódico. Além disso, é fundamental que os resultados positivos sejam seguidos por consultas médicas para a realização de exames adicionais e o início de tratamentos necessários”, ressalta o especialista.
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