Espondilite Anquilosante: O Que é, sintomas, diagnóstico e tratamento
Publicado em: 29/10/2020, 11:39

Você já ouviu falar em Espondilite Anquilosante (E.A.)?
Essa doença inflamatória crônica afeta as articulações da coluna e pode comprometer a mobilidade ao longo do tempo. Embora ainda não tenha cura, há tratamentos eficazes para controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Neste artigo, explicamos tudo sobre a Espondilite Anquilosante, incluindo suas causas, sintomas, formas de diagnóstico e opções de tratamento.
O Que é a Espondilite Anquilosante?
A Espondilite Anquilosante é uma doença reumática inflamatória crônica que afeta, principalmente, as articulações da coluna vertebral. Seu avanço pode levar à fusão das vértebras, resultando em rigidez e limitação de movimentos.
- Quem pode desenvolver?
A E.A. é mais comum em homens, sendo 4 a 5 vezes mais frequente do que em mulheres. Os primeiros sintomas costumam surgir no final da adolescência ou início da vida adulta. - É uma doença genética?
Estudos indicam que há um fator genético envolvido. O gene HLA-B27 está presente em até 76% dos pacientes no Brasil, aumentando o risco da doença. No entanto, sua presença não significa que a pessoa desenvolverá a enfermidade, pois outros fatores ambientais podem estar envolvidos.
Sintomas da Espondilite Anquilosante
A Espondilite Anquilosante pode ser confundida com dores nas costas comuns. No entanto, alguns sinais ajudam a diferenciá-la:
- Dor e rigidez na coluna (especialmente na lombar e nádegas);
- Piora da dor com o repouso e melhora com atividades físicas;
- Inflamação em outras articulações, como joelhos e tornozelos;
- Cansaço excessivo;
- Complicações em outros órgãos, como olhos (uveíte), coração, pulmões, intestinos e pele.
Atenção! Se os sintomas persistirem por mais de três meses, é importante procurar um especialista para avaliação.
Como é feito o diagnóstico da Espondilite Anquilosante?
O diagnóstico da espondilite anquilosante (E.A.) é essencialmente clínico, baseado na análise dos sintomas e histórico do paciente. No entanto, exames laboratoriais e de imagem desempenham um papel crucial na confirmação da doença e na identificação de possíveis complicações.
Os exames de imagem mais utilizados incluem o Raio-X, que permite visualizar alterações ósseas e articulares, e a ressonância magnética, indicada para identificar inflamações precoces em tecidos e ligamentos da coluna antes que as alterações estruturais sejam visíveis. Conforme a inflamação progride, o corpo pode depositar cálcio nos ligamentos que conectam as vértebras, reduzindo a flexibilidade da coluna e podendo levar à anquilose — fusão das vértebras, que restringe os movimentos e causa dor crônica.
Além dos exames de imagem, exames laboratoriais auxiliam no diagnóstico e monitoramento da inflamação. Entre eles, destacam-se:
- Proteína C-reativa (PCR) e taxa de sedimentação de eritrócitos (VHS), que avaliam a atividade inflamatória no corpo;
- Exame genético HLA-B27, que indica predisposição à doença. Estudos mostram que até 90% dos pacientes com E.A. em países escandinavos possuem esse marcador genético, enquanto no Brasil, devido à miscigenação, esse número gira em torno de 76%. No entanto, ter o HLA-B27 não significa que a pessoa desenvolverá a doença, pois fatores ambientais também podem estar envolvidos, como infecções intestinais que podem atuar como gatilho para indivíduos geneticamente predispostos.
A espondilite anquilosante não é contagiosa e não pode ser transmitida por contato ou transfusão sanguínea. Trata-se de uma doença autoimune, na qual o próprio sistema imunológico ataca as articulações da coluna, desencadeando inflamação crônica. Durante esse processo, o corpo tenta se regenerar formando novos ossos no lugar das articulações inflamadas, o que pode levar à fusão completa dos ossos da coluna e quadril, resultando em rigidez severa e limitações nos movimentos.
A progressão da doença pode variar de paciente para paciente. Em alguns casos, os sintomas são leves e intermitentes, enquanto em outros, a perda de mobilidade pode ser significativa. O diagnóstico precoce é essencial para retardar a progressão da doença e prevenir complicações graves, permitindo ao paciente uma melhor qualidade de vida.
Tratamento da Espondilite Anquilosante
Embora não tenha cura, a Espondilite Anquilosante pode ser controlada com acompanhamento médico. As principais opções de tratamento incluem:
- Medicamentos – Anti-inflamatórios para alívio da dor e controle da inflamação;
- Fisioterapia – Exercícios para manter a mobilidade da coluna e corrigir a postura;
- Cirurgia (em casos graves) – Em algumas situações, pode ser necessária a substituição de articulações afetadas, como o quadril.
Com o tratamento adequado, a maioria dos pacientes consegue levar uma vida ativa e sem grandes limitações.
Conclusão
A Espondilite Anquilosante é uma doença inflamatória crônica, que pode comprometer a mobilidade da coluna ao longo do tempo. Porém, um diagnóstico precoce e um tratamento adequado são essenciais para melhorar a qualidade de vida do paciente.
Se você ou alguém que conhece apresenta sintomas, procure um reumatologista para uma avaliação detalhada.
Fique atento aos sinais e cuide da sua saúde!